Sei que não colaboro com este blog como deveria.
Mas tbem sei que a minha preguiça é bem maior que a do Rogério e da Carlinha.
Então... tô dos mais perdoado...
Outro dia vi uma matéria no O Popular, sobre o Centro Cultural Oscar Niemeyer.
Virou mania chamar o pedaço de elefante branco.
Não acho que seja assim.
O que acho que tá faltando no Niemeyer é gerência, administração.
Entrevistaram o Marcílio e todo mundo sabe que ele é arquiteto e NUNCA foi administrador cultural.
A Linda Monteiro, idem.
Entendo que existem dois tipos de dirigentes culturais: o administrador e o síndico.
O que é isso?
Administrador é o cara que tem intimidade com a área e faz tudo pra ver a coisa andar.
O administrador, além de cuidar de questões burocráticas, escolhe equipe de pessoas do ramo e, além de apostar na criatividade da equipe, ajuda nessa criação.
Daí o trabalho flui de boa e o cara passa a ter reconhecimento entre os artistas.
Exemplos rápidos de administradores culturais: Chaul e Kleber, os dois caras que fizeram os dois únicos trabalhos dignos de nota, administrando a pasta da cultura estadual.
Kleber, de 1987 a 1991. E Chaul, de 1999 a 2006.
Já o síndico cuida de detalhes.
A primeira coisa que ele faz é abrir as contas do seu antecessor a procura de erros.
Depois, chega a conclusão que os espaços físicos precisam de reforma.
Fecha todos pra reformar.
Exemplos rápidos de síndicos: Coelho Vaz e Linda Monteiro.
Coelho, de 1991 a 1994. Linda, de 1995 a 1998, e agora, de novo, com o Cidin.
Voltando ao Niemeyer, digo que a visão até agora, para administrar o espaço, foi visão de síndico.
Para administrar um centro cultural é preciso, em primeiríssimo lugar, casar com ele.
Sim, centro cultural não é repartição pública, que fecha às 18h e o chefe pode ir embora.
O centro cultural começa às 18h, a ferver mesmo. E se o chefe não está presente TODOS os dias, com certeza, NADA vai funcionar.
Com o Niemeyer é assim. Com o Teatro Goiânia está assim. Com o Cererê, idem.
Estão faltando administradores culturais e não síndicos.
Ora, o arquiteto vai enxergar o Niemeyer da ótica dele. E o espaço nunca será tratado como Centro Cultural, mas como uma construção carecendo de retoques.
Do jeito que está, o Niemeyer está pronto.
Porque, se não há grana pra terminar os detalhes, vamos usando do jeito que está, para, até mesmo, compensar o dinheiro público investido ali.
O argumento de que sem terminar os detalhes não dá pra usar, já caiu por terra nas várias vezes que o Niemeyer foi utilizado.
Em novembro de 2006, a Monstro Discos deu um show de ocupação com o Goiânia Noise Festival.
O que aconteceu em novembro, com o Noise, e em outras datas, com outras atividades, pode continuar acontecendo de boa, sem traumas, sem fechar por causa de detalhes, sem visão de síndico ou de arquiteto.
O que está faltando no Niemeyer, Teatro Goiânia e Martim Cererê é administração. Só isso!
Se a Agepel investir nisso e não em detalhes, os três espaços voltam a cumprir seu papel.
E qual é o papel?
Estar aberto e pronto para ser ocupado. Cumprir o papel de espaço cultural.
Pra isso, falta alguém ou "alguéns" que fique/fiquem nesses espaços até a hora que for necessário, para fazê-los funcionar.
Se o diretor ou o arquiteto ou o síndico sai do espaço às 18h, como se fosse repartição pública, é óbvio que não vai funcionar.
E, não funcionando, perdemos todos: artistas, público, síndicos e administradores. E, claro, a arte local.
Post de Carlos Brandão
terça-feira, 31 de julho de 2007
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2 comentários:
Brandão, você está com razão. Como a verdade não é algo absoluto, vou dar o meu pitaco, ou melhor, acrescentar uma outra porção do prisma. O aué que se está fazendo em torno do Niemayer começou com o Jornal de Goiás, um semanário que resolveu desconstruir a figura do político Marconi Perillo. O Pop, por sua vez, já vinha fazendo matéria ligada ao assunto, mas continua a pecar quando insiste em constinuar promovendo um núcleo de pessoas que na 'era Chaul' reinava. São pessoas capacitadas em suas áreas, mas que resolveram ampliar os tentáculos para que o 'núcleo' não fosse 'contaminado'. Se é que estou sendo clara. Esse negócio de que precisa fazer licitação para que o local seja ocupado é conversa de quem está com preguiça de trabalhar, pois para gerir o Niemayer vai ter que ralar e muito. No Cererê, se é que me lembro, você nunca saia antes de terminar o agito. Agora ficam os burocratas dizendo que lá tem que ser só escola, pois a comunidade não suporta barulho. Convenhamos... Por que a tal comunidade não lhe despachou do Goiânia Ouro? O negócio é menos preguiço, menos olho grande e mais vontade de trabalhar de verdade.
Pára de encher o saco e vai trabalhar véi! Ô caboclim folgado sô! "Desaquenda" Brandão.
Marcus Vinícius
email: mvinifelipe@yahoo.com.br
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