terça-feira, 31 de julho de 2007
Greve no Incra patrocina ilegalidade
Postado por Carla Monteiro
Cadernos do cárcere made Brasil
Postado Por Carla Monteiro
As canalhices dos semicanalhas
"Os semicanalhas são os canalhas reais que nos enganam no dia-a-dia, nos exploram, nos oprimem, nos dão golpes, nos envenenam com suas intrigas e calunias. Não é raro que eles sejam sujeitos inteligentes, agradáveis e nos façam gentilezas, exibindo uma cativante simpatia que contribui para atenuar o nosso senso crítico em relação ao esvaziamento dos valores morais. Por serem desprezíveis, os semicanalhas encontram, paradoxalmente, facilidades para se multiplicarem, aproveitando a insuficiência da opinião pública que não se empenha em combater-lhes as falcatruas. Tornam-se, assim, uma da causas do agravamento da ética. São oportunistas. São avarentos capazes de atos generosos, sobretudo quando tais atos resultam em boa publicidade. São mais nocivos que o canalha total. São mais numerosos e, portanto, se disfarçam melhor. Quando se vêem alcançados pelos braços da Justiça, escapam mais facilmente às malhas da lei penal, porque suas 'qualidades' inspiram a indulgência e amolecem a disposição punitiva dos juízes. São mentirosos, mas vez por outra dizem verdades. Talvez até para terem maior credibilidade, por ocasião da próxima mentira".
Postado por Carla Monteiro
Correção na nota "Braúlio no Detran"
Administradores e Síndicos
Mas tbem sei que a minha preguiça é bem maior que a do Rogério e da Carlinha.
Então... tô dos mais perdoado...
Outro dia vi uma matéria no O Popular, sobre o Centro Cultural Oscar Niemeyer.
Virou mania chamar o pedaço de elefante branco.
Não acho que seja assim.
O que acho que tá faltando no Niemeyer é gerência, administração.
Entrevistaram o Marcílio e todo mundo sabe que ele é arquiteto e NUNCA foi administrador cultural.
A Linda Monteiro, idem.
Entendo que existem dois tipos de dirigentes culturais: o administrador e o síndico.
O que é isso?
Administrador é o cara que tem intimidade com a área e faz tudo pra ver a coisa andar.
O administrador, além de cuidar de questões burocráticas, escolhe equipe de pessoas do ramo e, além de apostar na criatividade da equipe, ajuda nessa criação.
Daí o trabalho flui de boa e o cara passa a ter reconhecimento entre os artistas.
Exemplos rápidos de administradores culturais: Chaul e Kleber, os dois caras que fizeram os dois únicos trabalhos dignos de nota, administrando a pasta da cultura estadual.
Kleber, de 1987 a 1991. E Chaul, de 1999 a 2006.
Já o síndico cuida de detalhes.
A primeira coisa que ele faz é abrir as contas do seu antecessor a procura de erros.
Depois, chega a conclusão que os espaços físicos precisam de reforma.
Fecha todos pra reformar.
Exemplos rápidos de síndicos: Coelho Vaz e Linda Monteiro.
Coelho, de 1991 a 1994. Linda, de 1995 a 1998, e agora, de novo, com o Cidin.
Voltando ao Niemeyer, digo que a visão até agora, para administrar o espaço, foi visão de síndico.
Para administrar um centro cultural é preciso, em primeiríssimo lugar, casar com ele.
Sim, centro cultural não é repartição pública, que fecha às 18h e o chefe pode ir embora.
O centro cultural começa às 18h, a ferver mesmo. E se o chefe não está presente TODOS os dias, com certeza, NADA vai funcionar.
Com o Niemeyer é assim. Com o Teatro Goiânia está assim. Com o Cererê, idem.
Estão faltando administradores culturais e não síndicos.
Ora, o arquiteto vai enxergar o Niemeyer da ótica dele. E o espaço nunca será tratado como Centro Cultural, mas como uma construção carecendo de retoques.
Do jeito que está, o Niemeyer está pronto.
Porque, se não há grana pra terminar os detalhes, vamos usando do jeito que está, para, até mesmo, compensar o dinheiro público investido ali.
O argumento de que sem terminar os detalhes não dá pra usar, já caiu por terra nas várias vezes que o Niemeyer foi utilizado.
Em novembro de 2006, a Monstro Discos deu um show de ocupação com o Goiânia Noise Festival.
O que aconteceu em novembro, com o Noise, e em outras datas, com outras atividades, pode continuar acontecendo de boa, sem traumas, sem fechar por causa de detalhes, sem visão de síndico ou de arquiteto.
O que está faltando no Niemeyer, Teatro Goiânia e Martim Cererê é administração. Só isso!
Se a Agepel investir nisso e não em detalhes, os três espaços voltam a cumprir seu papel.
E qual é o papel?
Estar aberto e pronto para ser ocupado. Cumprir o papel de espaço cultural.
Pra isso, falta alguém ou "alguéns" que fique/fiquem nesses espaços até a hora que for necessário, para fazê-los funcionar.
Se o diretor ou o arquiteto ou o síndico sai do espaço às 18h, como se fosse repartição pública, é óbvio que não vai funcionar.
E, não funcionando, perdemos todos: artistas, público, síndicos e administradores. E, claro, a arte local.
Post de Carlos Brandão
Mais um nó
Post de Rogério Lucas
Sem mudanças
Post de Rogério Lucas
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Apesar de você
Este Youtube é mesmo bacana! A gente procura uma coisa, acha outra, às vezes até mais interessante. Alguém conhecia esta versão?
domingo, 29 de julho de 2007
Novo artigo cortado do Opção (II)
P.S.: A sugestão da editora me lembrou aquela história já célebre no meio publicitário, do roteirista com o produtor cinematográfico. O produtor aprovou o roteiro, mas achou que o filme custaria muito caro, então pediu uma alteração: tirar o macaco da estória. Outro mais esperto faturou alto produzindo o roteiro de King Kong sem tirar o macaco.
Postado por Rogério Lucas
Novo artigo cortado do Opção
Com todos os poderes a Braga, falta pouco para o governo Alcides completar sua reforma administrativa. Mas há questões políticas ainda a serem resolvidas
A reforma administrativa está em curso. Ou melhor, a parte administrativa da reforma do governo Alcides Rodrigues está praticamente concluída. Falta resolver a questão política.
Ao retirar da Secretaria do Planejamento e atribuir à Fazenda a gestão orçamentária o governador Alcides efetivou o poder que já tinha dado a Jorcelino Braga, de gerir os recursos do governo. De um lado, esvaziou a Seplan, mas de outro também subordinou todas as Pastas ao comando da Sefaz. Os secretários e presidentes de Agência que antes reclamavam, discretamente, ao governador da falta de recursos, agora são obrigados a defender seus projetos para o secretário da Fazenda.
A estratégia de Braga para a contenção de despesas até agora foi suficiente para equilibrar uma das contas principais do governo, com a folha de funcionários. Mas se sabe que não é o bastante. O próximo passo é definir prioridades e saber onde será aplicado o que sobra nas contas do Tesouro Estadual todo mês – até hoje o governo de Alcides arrecadou cerca de 10 bilhões de reais entre abril de 2006 e junho de 2007, segundo dados da Sefaz. Por agora está claro que os recursos adicionais vindos do Itaú, na repactuação do convênio que assegura a exclusividade das contas, assim como no chamado “royalties das águas”, foram o bastante para colocar a folha do funcionalismo em dia. Mas o governo não sobrevive apenas disto.
Ter uma sobra de caixa para realizações passa a depender de um enxugamento que precisaria ser profundo. O que tem emperrado as decisões neste sentido são questões de, digamos, política interna. Na nova parte da reforma, muitos órgãos precisariam ser fundidos, cargos cortados. Ao invés de contemplar os partidos insatisfeitos com os espaços que ocupam, teria que haver o contrário, ampliar as nomeações nos grupos que não se sentem devidamente prestigiados no governo.
Fala-se, por exemplo, na sobreposição de funções da secretaria da Agricultura com a Agência Rural. Ou da secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos com a Agência Ambiental. Fundir estes órgãos, porém, representa menos cargos para atender as acomodações de partidos e grupos da base aliada. Uma decisão fácil para quem quer cortar despesas, mas difícil para quem precisa de apoio político para governar.
No enxugamento da estrutura de governo, um dos pontos mais importantes que têm sido comentados é a fusão da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento, Seplan, com a Agência Goiana de Administração e Negócios Públicos, Aganp. O modelo é o de Minas Gerais. Com a aplicação da política de recursos humanos e controle das folhas de pagamentos o órgão muda o perfil de execução orçamentária para gestão administrativa. O problema? Político. O que fazer com os titulares das Pastas e o segundo escalão de cada uma. Ou, se for para manter todos, onde estaria o enxugamento?
José Carlos Siqueira é hoje uma peça-chave no arranjo político que está em curso. Sua saída ou permanência são igualmente emblemáticas. Fica, mesmo esvaziado em suas funções, como que marcando um território de defesa dos princípios que nortearam o governo de Marconi Perillo, do qual foi um dos expoentes. Saindo, cria clima para que muitos outros que vieram do governo passado para este também desistam de continuar. Combalido, mas comedido, Siqueira vai ficando. A fusão da Seplan com a Aganp pode ser demais para ele.
Para tirar poderes da Seplan, os estrategistas de Jorcelino Braga argumentaram que a Fazenda estaria apenas retomando atribuições. Disseram que quando Giuseppe Vecci era secretário do Planejamento, por desejo do governador Marconi Perillo, assumiu atribuições que pertenciam à Sefaz. Uma verdade relativa, já que de fato havia interesse em diminuir o papel do secretário da Fazenda, Jalles Siqueira. Mas o fato é que depois Vecci também veio a ser secretário da Fazenda no segundo governo de Marconi, e nem por isto as atribuições referentes ao Orçamento mudaram de Pasta. Por um período elas estiveram concentradas, sim, mas porque, já no governo de Alcides, interino, o próprio José Carlos Siqueira acumulou as duas secretarias, de Fazenda e Planejamento.
De modo que há uma equação política a ser dimensionada no governo com a reforma administrativa. O que se tem por certo é que ela não ampliará espaços, e por isto deve aumentar o descontentamento dos setores que não se sentem plenamente atendidos no governo Alcides. Do ponto de vista administrativo o governador deu todo o poder até agora ao seu secretário da Fazenda. Resta ver como será o próximo passo, de decidir quem sairá mais ou menos prejudicado com o andamento da reforma em curso.
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Impasse político
Postado por Rogério Lucas
Equação política
Postado por Rogério Lucas, como as três mensagens anteriores não assinadas
Bastidores na cidade de Goiás
Síndrome do primeiro ano (II)
Começo de governo é sempre difícil. Basta lembrar como exemplo Iris Rezende, em 1983. Entre seus primeiros atos estava o já lendário decretão, que numa penada colocou para a rua milhares de servidores públicos. Com o tempo a maioria retornou, o PMDB colocou outros milhares no lugar. Mas o ato administrativo serviu de discurso para o governador encadear série de críticas aos seus antecessores. Por muito tempo, quase o governo todo, Iris Rezende podia lembrar o passado de 18 anos de arbítrio – que incluíram a cassação de seus direitos políticos – como responsável pela inoperância da sua própria administração em algum setor. Com a imprensa, é bom lembrar que foi no primeiro ano de governo que Iris travou a luta crudelíssima que resultou no fechamento dos jornais Folha de Goiaz, Diário da Manhã e Edição Extra (coincidência ou intenção, os três jornais diários pertenciam ao jornalista Batista Custódio). E no nascimento de uma centena de semanários e mensários bancados com verbas públicas.
Jogar responsabilidades para o passado também foi fórmula para Marconi Perillo superar a crise de transição em seu primeiro ano de governo, 1999. Não houve demissões em massa, a não ser do exército de comissionados que o PMDB tinha na estrutura governamental. Mas a crise financeira foi profunda, paralisante. E sempre que era chamado a explicar a falta de soluções para algum problema, Marconi tinha o escape de explicar a situação financeira com que assumira o poder: atraso de salários dos servidores, falta de pagamento a fornecedores e prestadores de serviço, inadimplência em setores como o Ipasgo e as empresas, Celg e Saneago principalmente. Com a mídia, Marconi passou pelo menos seis meses sem liberar qualquer recurso. Teve dificuldade, também por isto, para tomar atitudes mais amargas: basta lembrar que sua primeira e mais profunda reforma administrativa só saiu ao final do primeiro ano de governo, extinguindo órgãos e reduzindo a estrutura de direção superior.
Com Alcides Rodrigues não tem sido diferente. Exceto pelo fato de que transferir a culpa para o passado, neste caso, é uma tarefa delicada, senão impossível. Afinal, por mais alegórica que seja a função, antes de ser governador em abril do ano passado, ele era vice. Co-responsável pelo governo a ponto de ter sido eleito exatamente com a plataforma de dar continuidade ao que vinha sendo feito. Responsabilizar seu antecessor pela inoperância do governo em qualquer setor soa ao cidadão-eleitor como uma desculpa mal-engendrada, já que quem o precedeu foi também o principal apoiador de sua reeleição. Esta confusão na cabeça do eleitor traz entre outros o seguinte resultado: pesquisa Ecope publicada na semana pelo Diário da Manhã aponta que 60 por cento dos eleitores se dividem de forma quase homogênea ao atribuir tanto a Alcides Rodrigues quanto a Marconi Perillo a culpa pela situação ruim das finanças estaduais. A pesquisa também mostra que o PMDB praticamente se livrou do seu passado negativo, já que para menos de 20 por cento dos goianos há responsabilidade de Iris Rezende e Maguito Vilela, os últimos governadores peemedebistas, no desajuste dos cofres públicos estaduais.
No meio político, o único consenso sobre as finanças estaduais refere-se ao alto valor mensal pago em juros e encargos à União, que chega a 19 por cento da Receita Corrente Líquida (RCL). Algo entre 85 milhões a 100 milhões de reais, dependendo da arrecadação. Do oposicionista mais radical até o governador, há um esforço para repactuar o pagamento de um estoque de dívida hoje estimado em 12,5 bilhões de reais. Tanto que a bancada toda de 17 deputados federais e três senadores concordou em reunir-se com o secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, para ver formas de interceder na negociação com o governo federal. E Alcides aposta num encontro com o presidente Lula da Silva para conseguir fazer sair do discurso uma pactuação sinalizada.
Quanto ao mais, a operação, discreta de um lado, persistente de outro, em atribuir culpa do desajuste financeiro atual ao governo anterior mostrou-se desastrosa. Não eximiu Alcides junto ao cidadão e arranhou bastante a reputação e o prestígio que o senador Marconi Perillo construiu ao longo de seu governo. Serviu também para desconstruir, como mostra a pesquisa Ecope, boa parte da retórica que vinha dando certo, política e eleitoralmente, de apontar o PMDB como dono da dívida que tem dificultado a administração estadual nos últimos anos. Mais uma ajuda do governo ao PMDB na redenção com o eleitor que só o tem fustigado nas últimas eleições estaduais.
O que fazer com 10 bilhões de reais?
Há uma certa impaciência tanto da oposição quanto da própria base do governo quanto à postergação das soluções para a crise financeira estadual. Nos últimos dias o governo parece ter se dado conta de que a crise não se resolve apenas tecnicamente, como pretendia o secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, ao tentar enquadrar o ritmo das despesas ao fluxo de caixa, sem levar em conta a linha das demandas. O exercício do poder inclui a negociação política, seja na ponta partidária, seja com as entidades organizadas. O que explica, de um lado, o governo ter se aberto às listas de pedidos de nomeações dos deputados, num momento em que a discussão se trava na necessidade de enxugamento de cargos. De outro lado, a disposição de rever o fim dos benefícios fiscais, pleiteado pela secretaria da Fazenda como forma de melhorar o caixa. Atacado pelas entidades empresariais.
Neste embate sem vencedores entre as questões técnicas e as questões políticas, o governo pelo menos tem conseguido embrulhar as discussões sobre o pacote das despesas, sem até agora se envolver no que fazer com as receitas. Ou seja, enquanto se justifica quanto às impossibilidades, por falta de recurso, escapa de dizer, pelo menos até o momento, o que pretende fazer com o que tem arrecadado.
O relevante do assunto, que deve ser o ponto onde se cobra mais transparência, é onde estão sendo gastos os recursos arrecadados. As despesas são, sim, vultosas, mas os recursos também. Uma olhada na contabilidade apresentada pela Sefaz na internet mostra que nas mãos de Alcides Rodrigues – no governo desde abril de 2006 – até junho deste ano entraram no Tesouro estadual nada menos que 9 bilhões, 748 milhões de reais. Destes, cerca de 5,4 bilhões foram gastos com funcionalismo, e há uma parte da receita consumida com as dívidas, e ainda com repasses constitucionais. De todo modo, há algo que se conta na casa dos milhões de reais como saldo de caixa do governo estadual para definir suas prioridades. Prioridade, enfim, é a grande questão que paira como nuvens sobre o governo Alcides Rodrigues. Até agora muito cobrado sobre as despesas, mas pouco sobre onde pretende gastar ou está gastando. Gastando, repita-se, uma soma fabulosa. Para efeito de comparação, basta ver que os quase 10 bilhões de reais arrecadados pelo governo Alcides de abril de 2006 a junho de 2007 representam o triplo do que Marconi Perillo teve em mãos no seu primeiro ano de governo, que arrecadou 3 bilhões, 224 milhões entre janeiro e dezembro de 1999. Do ponto de vista político-eleitoral, Marconi mostrou em seguidas eleições que soube como usar este dinheiro em proveito do cidadão-eleitor.
Síndrome do primeiro ano (I)
domingo, 22 de julho de 2007
Canto para as mãos partidas Victo Jara
Quisera chorar teus dedos dilacerados:
raízes do meu canto subterrâneo.
Quisera chamar-te “Hermano”
como a infância dos rios
lava o rosto da terra,
mas minha boca sangrava
um silêncio de canções amordaçadas.
De tuas mãos se dirá um dia:
geravam pássaros de sangue
como as primaveras da lua.
Tuas mãos,
tristes descendentes das canções araucanas,
tuas mãos mortas,
casa de canções decepadas,
tuas mãos rotas,
últimas filhas do vento,
guitarras enterradas sem canto,
sementes de fuzis,
seara de sangue.
Quisera entregar
minhas mãos inúteis
ao cepo de teus carrascos.
sexta-feira, 20 de julho de 2007
Dá-me a tua mão*
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.
* Clarice Lispector
Postado por Carla Monteiro
No caminho com Maiakóvski*
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!
* Eduardo Alves da Costa
Postado por Carla Monteiro
Morre ACM
O ex-terceiro homem na sucessão presidencial, estava internado há 37 dias com complicações cardiorrenal. Neste semestre, o legislador havia sido internado duas outras vezes.
Apesar de enfrentar o ocaso em seus últimos momentos -seu grupo político, que manteve o poder por quase duas décadas na Bahia, foi derrotado nas eleições de outubro de 2006 -, Antonio Carlos Peixoto de Magalhães foi um dos mais influentes nomes do cenário político brasileiro nas últimas quatro décadas, e manteve-se como força atuante em governos dos mais variados matizes ideológicos, desde o regime militar instituído em 1964.
Trajetória - Nascido em 4 de setembro de 1927 e médico por formação, ACM pode ter seu ingresso na vida política atribuído à atuação como líder estudantil, primeiro no ginásio e depois na Universidade Federal da Bahia, onde foi presidente do Diretório Central de Estudantes.
Filiado à UDN (União Democrática Nacional), foi eleito deputado estadual em 1954 e por três vezes deputado federal, em 1958, 1962 e 1966. Em 1967, já ligado à Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido de base do governo militar, assumiu a prefeitura de Salvador.
Em seguida, ACM exerceu o cargo de governador da Bahia em três oportunidades. Os dois primeiros mandatos, por indicação do regime militar, foram de 1971 a 1975 e de 1979 a 1983. O terceiro viria pela escolha popular, em eleições diretas, de 1991 a 1994.
Renúncia estratégica - Esteve ainda à frente da Eletrobras (Centrais Elétricas Brasileiras S.A), em 1975, nomeado pelo então presidente da República Ernesto Geisel, e do Ministério das Telecomunicações, durante o governo de José Sarney.
Em 1994, foi eleito para a primeira legislatura como senador pelo Estado da Bahia. Presidiu a Casa entre 1997 e 2001. Em 30 de junho de 2001, durante as investigações sobre sua conduta no episódio da quebra do sigilo do painel eletrônico do Senado, viu-se obrigado a renunciar ao mandato, em uma estratégia para manter os direitos políticos e retornar ao circuito nas eleições do ano seguinte.
Por Carla Monteiro
Do site do Millôr
"As mulheres têm uma maneira de falar que eu chamo de vago específica."
- Nelly Gehman.
- Maria, ponha isso lá fora.
- Onde?
- Em qualquer parte.
- Junto com as outras?
- Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer qualquer coisa com elas.
- Mas, onde é que eu ponho?
- Põe no lugar do outro dia.
- Sim, senhora. Olha, o homem está aí.
- O de quando choveu?
- Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.
- Que é que você disse a ele?
- Eu disse pra ele continuar.
- Ele já começou?
- Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse.
- É bom?
- Mais ou menos. Mas o outro eu achava melhor
- Você trouxe tudo pra cima?
- Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou pra deixar até a véspera.
- Mas traga, traga. Na ocasião, nós descemos tudo de novo. É melhor, senão atravanca todas as entradas.
- Não posso deixar lá, só hoje?
- Não, não; ele faz um escândalo como na outra noite.
- Está bem, vou ver como.
quinta-feira, 19 de julho de 2007
Vôo 3054 - Lula falará em rede nacional
Depois de quase 48 horas de sucessivas reuniões com o seu nada mole núcleo político, Luiz Inácio da Silva parece ter conseguido que um desenho das soluções ficasse pronto.
As medidas carecem ser discutidas, ainda, com o Conac (Conselho Nacional de Aviação Civil), que terá uma reunião a respeito do tema. São membros do Conac os ministros da Defesa (Presidente), Relações Exteriores, Fazenda, Turismo, Indústria e Comércio Exterior, além do chefe da Casa Civil e do comandante da Aeronáutica. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que ajudou a formular parte das medidas, não participa desse órgão.
Itens que devem fazer parte do pacotão pós-3054:
1)Número de vôos em Congonhas: hoje, o máximo por hora é de 44. Muitas vezes, entretanto, chegam a ocorrer até 48 pousos e decolagens por hora. O ritmo é frenético. Deve haver uma redução para um máximo de 35 (mas esse número pode ficar ainda menor em condições climáticas menos favoráveis). Os vôos desviados terão de se virar para encontrar espaço em Guarulhos e Viracopos. A ser mesmo levada a cabo essa decisão, Lula estará comprando briga com as companhias aéreas (que terão prejuízo) e com parte da classe média (que faz uso das facilidades de Congonhas);
2)Jatinhos: Lula sempre insiste nesse ponto quando participa de reuniões a respeito. Acha que os vôos executivos devem ser todos retirados de Congonhas. “Quem tem dinheiro para alugar avião pode parar mais longe e arcar com os custos de alugar também um helicóptero para chegar ao centro da cidade”, parece que foi a frase mais ouvida hoje dentro do Planalto. Não será uma decisão fácil. No mínimo deve ser imposta uma redução drástica desse tipo de operação;
3)Peso total dos aviões: a idéia é dar um desconto no que indica a norma internacional. Se, como afirmou a TAM, o limite de peso para um avião como o Airbus é de 64 toneladas numa pista como Congonhas, esse limite será reduzido ainda mais como forma de conferir mais segurança nas operações de pouso e decolagem;
4)Cargas: embora os aviões cargueiros não parem em Congonhas, os vôos de passageiros acabam sempre ocupando espaço vago para transportar algum tipo de carga. Essa operação deve ser restringida ao máximo em Congonhas.
Lula também planeja demitir parte da cúpula do setor aéreo, mas essas alterações não foram finalizadas. Estão na lista de possíveis demitidos o ministro da Defesa, Waldir Pires, e o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira.
Ontem, o Palácio do Planalto negou que Pereira já tivesse entregado o cargo, como chegou a ser divulgado. Mas a negativa veio até com certo pesar. Até porque o pedido de demissão seria bem-vindo.
Por Carla Monteiro
Íntegra do editorial da Record
"Mais de 350 vidas se foram em dois acidentes aéreos em menos de um ano. Neste momento, milhares de brasileiros choram a perda de familiares e amigos. O país todo ainda está abalado por uma tragédia prevista. Enquanto o cidadão comum sofre com o colapso aéreo, as autoridades de Brasília fazem teorias, brincam e até debocham. Mais de dez órgãos oficiais e dezenas de empresas privadas atuam no setor. Até agora nenhuma solução para a crise. E o pior: a saída parece impossível de ser encontrada. As centenas de vidas perdidas parecem não afetar nossas autoridades, aparentemente distantes do caos. Bem longe do desespero e da agonia que tomaram conta dos nossos aeroportos nos últimos meses. Indignada com essa situação, a Rede Record decidiu: a partir de hoje, não disponibilizará mais passagens para nenhum dos seus executivos, artistas, jornalistas ou outros funcionários no Aeroporto de Congonhas até que tudo seja esclarecido. É um protesto em nome dos moradores da região. Um protesto em nome de quase 200 milhões de brasileiros. Um protesto contra o descaso. Contra a falta de ação dos responsáveis. Governo Federal, Aeronáutica, Infraero, Anac, companhias aéreas... O Brasil tem o direito de saber: de quem é a culpa? Quando toda essa tragédia vai finalmente acabar?" - Rede Record de Televisão
O vídeo com o editorial, apresentado por Celso Freitas no Jornal da Record, está no site da emissora(www.rederecord.com.br).
Editorial da TV Record
Por Carla Monteiro
Super Zé
Por Rogério Lucas
Canto da Primavera
Inércia leigslativa
Por Carla Monteiro
Pimba
Jayrão
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Braga, Braga
Por Rogério Lucas
Morrer em silêncio
Que alguém venha a público dizer que o agora maior acidente aéreo brasileiro foi causado, entre outros fatores, pela pista inadequada, sem as devidas ranhuras? Que o Renan é o que é, mas persiste por que o Senado Federal é incapaz de dar uma resposta aos seus eleitores e contribuinte por ser totalmente cúmplice de suas diabruras? Que o sistema de transporte coletivo urbano de Goiânia (para ficarmos restrito a capital goiana) não irá melhorar enquanto os seus proprietários freqüentarem a sala de estar do poder municipal? Que a saúde pública é o que é, como dizia o doutor Henrique Santillo, por que “um infeliz de alma maculada ousou desviar o dinheiro do mertheolate para a decoração de sua sala”? Isso não vai acontecer.
Todos, com as desculpas mais esfarrapadas e as lógicas mais esdrúxulas, assassinam, literalmente, o cotidiano do povão, que incrédulo às vezes paga para ver novamente. Falar isto em praça pública é defraudar uma bandeira cintilante, para que os petralhas lhe localizem e joguem à arena de demonização. Afinal de contas, esta choldra da Era Lula, aliada às viúvas do poder supremacista, quer entortar a roda e encaixar suas historietas de vida.
Chegou a hora de morrer calado. Chegou a hora de sofrer em silêncio.
Relaxa e goza?
Por Rogério Lucas, igual o post anterior
A Norte-Sul nada
Me lembrei de imediato de um quadro que vi no pomposo gabinete do Ministro, em Brasília, com o Plano de Desenvolvimento de Lula, em seu primeiro ano de governo. Uma adaptação do Avança Brasil de FHC, logicamente. Desenhados sobre o mapa do Brasil ilustrações muito bem-feitas dos eixos de desenvolvimento regional e as obras pretendidas. No mapa de Goiás, por exemplo, em destaque os trilhos da Norte-Sul.
Até onde sei, "debalde os esforços", de recurso mesmo o que pingou para o trecho goiano da Ferrovia mal deu para abrir alguns metros de leito, e sequer para meia dúzia de trilhos, que servissem pelo menos simbolicamente para tirar a obra do papel.
Até onde eu sei, o quadro - o do gabinete do Ministro e o dos recursos para a Norte-Sul - não mudou absolutamente nada. Lamentavelmente.
terça-feira, 17 de julho de 2007
Só dá Pan.
Com isso, os puns indecentes do congresso, dos palácios, dos homens da lei e da ordem, ficaram de lado.
Não é que deixaram de feder.
Fedem.
Mas a mídia imediatista precisa com urgência de mais e mais novas notícias pra vender seu papel carniça.
Ganham com essa urgência, os bandidos travestidos de autoridades.
Renan? Que nada: Pan!
Lula? Que nada: pula!
Corrupção? Que nada: natação!
Dá vontade de fazer que nem a mídia, esquecer tudo e “viajar por aí, sem medo das caras ruins”, como dizem os caras da banda Los Hermanos.
Mas tem hora que não dá.
Os 24 amigos jornalistas que foram demitidos do Diário da Manhã e que resolveram entrar com ação coletiva, insistem em criticar a atuação do Sindicato dos Jornalistas de Goiás.
Criticam que o sindicato e o Ministério do Trabalho aceitam passivamente que o todo poderoso dono do DM contrate dezenas de “estagiários”, para não receber nada e o jornal continue funcionando na boa.
Não há fiscalização.
A imprensa tem mais poder que todos os poderes?
“Transo lixo, curto porcaria
tenho dó
da esperança vã da minha tia
da vovó
Esgotados os poderes da ciência
esgotada toda nossa paciência
Eis que esta cidade é um esgoto só”.
Melhor fazer que nem o Gil e virar punk.
Ou ministro?
Da periferia!
Carlos Brandão
10 bilhões embalam 'crise'
Impressionante! a grita geral dá conta de que Goiás está quebrado. O governador eleito nada pode fazer. Mas o que está grafado nas páginas do Diário da Manhã (www.dm.com.br) de hoje, terça-feira, dia 17, é outra realidade. Sob o título “A síndrome do primeiro ano”, assinado pelo jornalista Rogério Lucas, um artigo na página 3 do DM, revela que nos últimos 12 meses, a administração goiana arrecadou cerca de 10 bilhões de reais. A chancela de veracidade é dada pela Sefaz. Ora, quem diria que para ser diferente é imprescindível amealhar este volume monetário, manter sofregamente a máquina funcionando e, ainda, deixar que se diga que não existe dinheiro para manter as demandas. Um marketing às avessas que parece estar satisfazendo uma considerável parcela da casta política, haja vista que estão descansando. Nesse mesmo artigo, também fica evidente a pouca solidez de consciência de alguns governantes. Integrantes da espécie pensantes, esses mesmos governantes estão, sim, preocupados apenas em driblar a história, maquiando-a com suas macaquices. Coisa deplorável! Jogam charme ao cidadão-eleitor (expressão do autor), mas no âmago de suas administrações pulsa, essencialmente, seus egos.
A inspiração das consciências livres
Este blog é mais do que uma estação da liberdade de expressão. É a seara prometida a todos de consciências livres, espíritos forjados no respeito ao próximo e agentes sociais responsáveis.
Afinal de contas, não basta falar em democracia e liberdade, impulsionando-se o belicismo no mundo. É preciso, sim, organizar espaços em que as ideias e informações sejam expostas e debatidas. Ei-lo aqui!