quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O reducionismo infantil

Parece coisa de criança disputando espaço no meio da roda. É assim que vislumbro a cruzada da deputada Iris Araújo, ao assumir a tribuna da Câmara dos Deputados e espaços da imprensa goiana escrita para tratar sobre as condições acadêmicas do senador Marconi Perillo. E não trato do assunto tomando por parâmetros a simpatia por um ou outro. Ao contrário! O que percebo nesse embirramento prolongado é o cabo do chicote despertado pelo viés do infantilismo. Uma parlamentar que, depois de passar quase cinco décadas à sombra de um político emblemático, decide marcar presença no território das decisões coletivas, com um placar notório de 202 mil votos, esbarrando-se, porém, com que há de mais infantil e mesquinho. É pequeno! É muito pouco, para alguém que tem a chave aos grandes embates e poder para conquistar muito mais. Não estou aqui defendendo um ou outro, mas rechaçando uma visão reducionista, que mais se serviria ao chá das cinco. Dizer que Perillo folga com os menos favorecidos ao exibir supostos privilégios acadêmicos é, no mínimo, falsear com a seriedade. Dona Iris (eu particularmente prefiro deputada Iris Araújo, pois rompe com grilhões de mando patriarcal), o momento político precisa de agentes públicos mais sérios. O Batista Custódio me ensinou (consigo comprovações diárias!) que os vestais da rua de cima são os verdugos da rua de baixo. Sem contar que os dois milhões de goianos que votaram no hoje senador Perillo estão mais preocupados em saber se ele continua com sua visão coletiva nítida ou se deixou turvar pelas migalhas momentâneas do poder. O que se tem observado é que o vôo do senador tem se assemelhado mais ao da águia do que ao do pato. Por mais que se tente propalar que o senador goiano seja o agente causador de um suposto neoplasma nas finanças públicas e que sua atual condição acadêmica expulse e humilhe centenas de universitários humildes, a impressão que se tem é que a inveja quando não mata, amputa a cognição critica. Tudo é impermanente, deputada. Entretanto é salutar lembrar que o que plantamos hoje, colhemos no momento seguite, que se chama amanhã.

Postado por Carla Monteiro

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