domingo, 4 de novembro de 2007

O leite nosso de cada dia

E a crise do ouro branco? Agora a Assembléia Legislativa de Goiás quer instalar a CPI do Leite. Só rindo! Explico. Primeiro, por que uma significativa parcela de nossos paralamentares são ou pecuarista ou defensores (leia-se financiados) deles. Ai já viu! É como colocar a raposa para cuidar do galinheiro. Vão fazer muito barulho, mas no frigir dos ovos o intermediário (aquele que junto com o comerciante final regula o preço nas duas pontas - produtor e consumidor) deverá ser o mais apedrejado. Tô fora de qualquer discussão nesta esfera, pois ela padece de credibilidade. Salvo de alguns membros que, infelizmente, pouco ou quase nada conseguem viabilizar de concreto.
O certo é que o problema do leite, assim como de outros muitos setores produtivos, é a falta de fiscalização e de punicação real. Quantas vezes já se denunciou (até com provas contundentes) as alterações no produto, bem como em seus derivados? Inumeras foram às vezes. Aí se aplica uma multa e a vida continua. Hoje, a imprensa local destaca que apenas 79 laticínios, dos quase 300 em funcionamento em Goiás , são vistoriados. É a lei do "alguém finge que manda e outro alguém finge que obedece". Vergonhoso.
Os barões do setor leiteiro e da carne, bem como algumas figurinhas tarimbadas da fiscalização pública, preferem creditar desabonos às honras do presidente do Sindicato dos Veterinários, o professor Hélio Louredo, do suprerintendente do Procon estadual, Antônio Carlos de Lima, assim como as dos responsáveis técnicos, do que, realmente, implementar soluções.
Afinal de contas, elas custam trabalho, investimento e até mesmo cargos. E a reforma administrativa está aí e quem é que vai querer 'incomodar o governador' com planos que acarrentem no aumento de investimentos ao setor. Só os que não amam as distinções e os pderes advindos com os cargos. Nun estado em que o plantel bovino representa dois terços do contingente populacional humano é muito pouco que se tem feito. É brincar de administrar. Pior, é fazer de conta que se administra a economia agrorural e, ainda, está focado no bem estar social do coletivo que consome dos produtos.

Postado por Carla Monteiro

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