segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Desvio no Ibama é retrato da visão patrimonialista

Investigações preliminares da Superintendência Goiana do Ibama dão conta de que os gastos da servidora pública federal Marina de Fátima Ferreira, com tratamento de beleza, representam apenas cerca de 3% do total desviado dos cofres públicos. Com a aquiescência do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI), estima-se que em torno de 800 milhões de reais foram desviados, ao longo dos últimos cinco anos, para contas bancárias de 11 pessoas.
Infelizmente, a ponta de um iceberg, considerando o raquitismo da vida social e a secular privatização da coisa pública. E não adianta querer extinguir os cartões corporativos. A questão é rever os dispositivos de seguranças e ampliar, ainda mais, os acessos e os instrumentos dos cidadãos à fiscalização dos recursos públicos.
Político, com ou sem projeção nacional, que fala mal dos cartões administrativos é por que está interessado na volta da verba secreta na administração federal, tal como existe, por exemplo, em Goiás, no Palácio das Esmeraldas. Isto, sim, é uma vergonha e não segurança. Protege apenas ao estamento pouco cioso com o dinheiro alheio e que se julga acima dos interesses dos contribuintes.
A conseqüência inevitável dessa visão, além dos óbvios casos de corrupção, impunidade, empreguismo e nepotismo, é uma brutal perda de eficiência, que compromete seriamente a produtividade e reduz a competitividade da economia local e nacional.

Postado por Carla Monteiro

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